quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Produtos para uso de instituições públicas

Sou assessora administrativa em uma empresa de pequeno porte, especializada na industrialização e comércio de produtos para saúde. O carro-chefe da empresa é um detergente composto por enzimas, específico para limpeza de materiais e instrumentos cirúrgicos.

A cartela de clientes é composta por clínicas de pequeno e médio porte e grandes hospitais, particulares e públicos. O maior desafio dos vendedores é padronizar o produto nas instituições públicas. O processo de compra é realizado por meio de licitações e a maioria busca por melhor preço, enquanto o item de menor preço nem sempre garante custo/benefício e qualidade.


Neste contexto, pergunta-se porque há tantos casos de infecção hospitalar por bactérias que muitas vezes acabam levando ao óbito? Para que se possa padronizar o produto, são necessários testes com os instrumentais com bastante sujidade para que os responsáveis possam analisar a eficácia da limpeza. Neste tempo de testes, os vendedores podem observar o estado de má conservação dos instrumentais e os locais inadequados para a higienização, em alguns hospitais públicos e clínicas particulares da Grande Florianópolis e demais regiões brasileiras.

É válido considerar que nem todos os óbitos causados por infecções hospitalares estão diretamente relacionados com a limpeza dos instrumentais cirúrgicos, porém considera-se que todo o processo de higienização dos materiais e ambiente cirúrgico deve ser especialmente elaborado para que não haja complicações futuras.

O objetivo desta matéria é atentar para a aquisição de produtos de qualidade duvidosa, que as instituições públicas insistem em adquirir através dos pregões eletrônicos e presenciais, optando por materiais de menor preço, que não apresentam qualidade comprovada.

Poderia citar alguns hospitais públicos e privados, que não apresentam nenhum programa de qualidade para o setor de Controle de Infecção Hospitalar e que devido a isso apresentam um número grande de infecção por bactérias, mas a ética não me permite. No entanto, deixo a mensagem: de fato nenhum contribuinte terá a oportunidade de verificar os processos de limpeza dos hospitais públicos, mas pode ter voz suficiente para solicitar aos órgãos competentes do governo um pouco mais de atenção.

Como mencionado, esse problema também ocorre nos hospitais e clínicas particulares que, na sua maioria, na Grande Florianópolis, ainda utilizam detergente doméstico para limpeza dos instrumentais, enquanto a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) obriga a utilização dos detergentes à base de enzimas.

Onde está a fiscalização nestas horas? Preocupando-se com pequenos comerciantes, dignos, que estão correndo atrás do "ganha-pão".

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